Biografia
António Rosado

António Rosado tem uma carreira reconhecida nacional e internacionalmente, corolário do seu talento e do gosto pela diversidade, expressos num extenso repertório pianístico que integra obras de compositores tão diferentes como Georges Gershwin, Aaron Copland, Albéniz ou Liszt.

Esta versatilidade permitiu-lhe apresentar, pela primeira vez em Portugal, destacadas obras como as Sonatas de Enescu ou Paráfrases de Liszt, sendo o primeiro pianista português a realizar as integrais dos Prelúdios e também dos Estudos de Claude Debussy. No registo dos recitais pode incluir-se também a interpretação da integral das Sonatas de Mozart.

Actuou em palco, pela primeira vez, aos quatro anos de idade. Os estudos musicais iniciados com o pai tiveram continuidade no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, onde terminou o Curso Superior de Piano com vinte valores. Aos dezasseis anos parte para Paris, e aí vem a ser discípulo de Aldo Ciccolini no Conservatório Superior de Música e nos cursos de aperfeiçoamento em Siena e Biella (Itália).

Em 1980, estreou-se em concerto com a Orchestre National de Toulouse, sob a direcção de Michel Plasson, e desde essa data tem tocado com inúmeras orquestras internacionais e notáveis maestros como Georg Alexander Albrecht, Moshe Atzmon, Franco Caracciolo, Pierre Dervaux, Arthur Fagen, Léon Fleischer, Silva Pereira, Claudio Scimone, David Stahl, Marc Tardue e Ronald Zollman.

Também na música de câmara tem actuado com prestigiados músicos como Aldo Ciccolini, Maurice Gendron, Margarita Zimermann, Gerardo Ribeiro ou Paulo Gaio Lima, com o qual apresentou a integral da obra de Beethoven para violoncelo e piano.

Laureado pela Academia Internacional Maurice Ravel e pela Academia Internacional Perosi, António Rosado foi distinguido pelos Concursos Internacionais Vianna da Motta e Alfredo Casella de Nápoles. Estes prémios constituíram o reconhecimento internacional do seu virtuosismo e o impulso para uma brilhante carreira, com a realização de recitais e concertos por todo o mundo e a participação em diversos festivais.

Na década de 90, foi o pianista escolhido pela TF1 para a gravação e transmissão de três programas. Participou inúmeras vezes no Festival de Macau desde a década de 80. De algumas integrais, destacam-se a apresentação das Sonatas de Mozart e, já em 2012, das 32 Sonatas de Beethoven.

Em 2007 foi distinguido pelo Governo Francês com o grau de Chevalier des Arts et des Lettres.

A sua discografia inclui obras de Enescu, Vianna da Motta, Liszt, Schumann, Brahms e Rachmaninoff, tendo colaborado com solistas como Gerardo Ribeiro e Artur Pizarro, e agrupamentos como a Sinfónica NDR de Hamburgo e a Orquestra Nacional do Porto. A música portuguesa é também uma parte importante da sua discografia, nomeadamente os compositores Fernando Lopes-Graça (as integrais das Sonatas para piano e das Músicas Festivas e as oito suites In Memoriam Béla Bartók), Armando José Fernandes (Prelúdios) e Luís de Freitas Branco (Prelúdios).