Biografia
Mário Laginha Trio

Mário Laginha – piano
Bernardo Moreira – contabaixo
Alexandre Frazão – bateria

Mário Laginha não é o homem dos sete instrumentos, porque o seu instrumento é o piano, mas o pianista gosta de navegar pelos muitos mundos sonoros que fazem o planeta música. Basta espreitar para os discos que gravou com a cantora Maria João, marcados pela linguagem do jazz, mas por onde perpassam influências que vão desde a música portuguesa e a clássica (sobretudo no disco a solo “Canções e Fugas”), até à pop anglo-saxónica ou às músicas brasileira e africana, para percebermos que estamos perante um músico que não gosta de ser catalogado em categorias estanques.

No trio que mantém com o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista Alexandre Frazão, com quem gravou até agora dois discos, Mário Laginha mantém esse gosto pela mistura, pela diversidade e pelo risco. No caso de “Espaço” , o ponto de partida foram conceitos mais ou menos abstractos relacionados com a arquitectura, que serviram para criar um conjunto de temas com designações próximas da linguagem dos arquitectos e urbanistas – “Tanto espaço”, “Escada”, “Plano”, “Vazio urbano” -, de que resultou um disco imediatamente classificado pela crítica da especialidade como do melhor jazz alguma vez feito entre nós.

No segundo disco do Mário Laginha Trio, “Mongrel” , o pianista levou ainda mais longe o desafio e o risco. O pretexto para o disco, nascido de uma encomenda do São Luiz Teatro Municipal e da Orquestra Metropolitana de Lisboa, foram obras de Fréderic Chopin, uma empreitada arriscada que Laginha agarrou com uma mistura de respeito pelo grande músico polaco e de liberdade para infringir compassos, tempos e melodias, operando com isso uma transfiguração das obras originais, que passaram a ser temas que se encaixam indiscutivelmente no mundo criativo de Mário Laginha.

Esta marcada para breve a edição do terceiro trabalho discográfico do Trio.